Tuesday, November 11, 2008

Gordo, quem? eu?

Não há que lhe fazer. Sempre que viajo as pessoas dizem-me que estou mais gordo. A cada viagem é sempre a mesma coisa. Se tal observação fosse fidedigna, hoje, tantas as vezes a vejo repetida, não passaria nas portas. A verdade, não só para descansar o meu ego mas também para ser correcto na análise, é que fico inchado sempre que viajo. Esse estado pode durar até 3 dias mas depois tudo volta ao normal. Ora estar inchado é diferente de estar gordo da mesma forma que estar gordo é diferente de ser gordo. Bem, para ser ainda mais exacto, e porque o estado “inchado” não aparece assim do nada, tudo se deve à acumulação de gases por tudo quanto é espaço livre no meu interior, e, afinco-vos, é enorme esse espaço de liberdade, mesmo sem entrar nos cálculos com tudo o que está acima do meu pescoço, pois, caso entrasse, a volumetria de espaço livre seria assim exageradamente avolumada.
Como gosto de saber a origem de todas as coisas, ou, pelo menos, de criar uma lógica que aquiete o meu interior, ainda que tal lógica possa não ter lógica nenhuma à luz de ciência alguma, tenho dispendido de algum do meu tempo livre a avaliar a situação.
Comecei a análise pelos meus costumes alimentares nos dias das viagens. Qual quê? nesse campo não há nada que o justifique. Cheguei mesmo a trocar aquela mistela a que nos aviões chamam de café por outra mistela idêntica apelidada de chá. Não resolveu o problema. Passei a beber água, que no seu estado puro é sem gás mas que nos aviões teimam em perguntar se a queremos com gás ou sem gás, em lugar das colas dos sumos e das cervejas. Nada. Estava, definitivamente, a procurar no lugar errado. Era imprescindível introduzir muita mais abstracção na minha análise. Se bem o pensei melhor o fiz, peguei na fórmula da energia criada por Einstein (E=mc²), onde a Energia é igual à Massa multiplicada pelo quadrado da Velocidade da Luz, e estive uma boa hora a tentar relacionar ou encontrar alguma luz que justificasse os meus gases e, por assim dizer, o meu aspecto inchado provocado por eles, consequência das minhas viagens de avião. Então, olhando duas vezes para a fórmula percebe-se que esta foi derivada da relação que existe entre a massa e a velocidade: A massa aumenta à medida que aumenta a velocidade. Começou a fazer-se luz! Se alcançássemos a velocidade da luz a massa aumentaria infinitamente, assim, e para sossegarmos as nossas inquietações e não deitarmos por terra todas as leis preconizadas pela física, é melhor introduzirmos o princípio de que nada neste mundo pode ultrapassar a velocidade da luz. Não só deve ser verdade como é melhor que o seja ou a minha vida passará a estar em risco para além do próprio risco que o viajar de avião representa. Então em que é que a fórmula da energia tem a ver com o meu aspecto de inchado? Se viajarmos de avião aproximamo-nos mais da velocidade da luz do que se andássemos de carro. Como a massa aumenta com a velocidade, feito de massa que sou, tenho que aumentar por algum lado. Então incho de gases. Poderá alegar-se que gases não é massa mas como todos sabem até os gases são massa.
Este meu raciocínio, mais do que encontrar justificação para o meu aspecto inchado prova que toda a teoria da relatividade está certa e que os preceitos da física estão formulados sobre uma base correcta, ou seja, este texto é um grande contributo para a ciência universal.

1 Bocas:

Anonymous Anonymous Disse...

Gordo? Quem tu?
Não!
És elegantemente avantajado em altura e em largura pelo que me deu a parecer o tamanho do teu cerebro é à medida do teu corpo...

Grande elogio hein?

12:36 AM  

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